sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Fotometria



Como o nome indica, fotografia significa escrever com a luz.
Nesse aspecto a câmera fotográfica funciona como o olho humano. Na realidade não vemos os objectos mas sim a luz reflectida destes que chegam até aos nossos olhos. Dessa maneira o que passa pela lente da câmera fotográfica é a luz reflectida dos objectos. Medir a quantidade exacta de luz necessária para formar a imagem no sensor ou filme fotográfico e é o que chamamos de fotometria.
A maioria dos iniciantes, fotógrafos amadores e muitos profissionais, confiam totalmente na medição automática das câmeras. Algumas compactas digitais nem possuem um modo manual para o próprio fotógrafo fazer as regulagens, mas as medições automáticas podem cometer erros. Existem situações em que o próprio fotógrafo tem que decidir qual a regulagem a usar, senão desta forma corre o risco de perder a imagem.

Três factores são importantes para realizar a fotometria: o ISO, a velocidade do obturador e a abertura do diafragma. Quando a câmera está no automático ela decide quais os valores a empregar nessas variáveis levando em conta a quantidade necessária de luz.

Fotômetro

É o aparelho que mede a quantidade de luz existente no ambiente e fornece as regulagens necessárias para a câmera capturar a imagem. Existem fotômetros externos e toda câmera possuí um fotômetro interno. Através desse aparelho podemos mudar as variáveis segundo nossas necessidades e obter uma leitura de exposição se está estiver correcta.

Velocidade ISO

O ISO (International Standards Organization, uma espécie de ABNT internacional), é o padrão escolhido para delinear a sensibilidade das películas (filme). Muitos outros padrões existiram, como o ASA (Americano) e o DIN (Alemão). Quanto maior o ISO do filme, maior é a sua sensibilidade a luz, porém pior é a qualidade de imagem. Isso dá-se porque os filmes mais sensíveis possuem grãos de prata maiores, que causam uma granulação na foto. Por exemplo o ISO 50 era usado em dias com muito sol ou em estúdio por conta de sua alta qualidade de imagem e cor, enquanto o ISO 3200 é utilizado em situações com pouca luz. Nas digitais esse padrão foi mantido, mas o problema da qualidade de imagem mostra-se. Em ISOs mais altos as imagens acabam por criar uma aberração cromática chamada de ruído.

Obturador

O obturador é uma "cortina" que abre e fecha permitindo a entrada da luz. Sua velocidade é medida em fracções de segundos. Quanto menor a velocidade, maior é a quantidade de luz que atinge o sensor ou o filme. A velocidade do obturador é importante em momentos onde a acção se desenrola de maneira rápida. Objectos em movimento necessitam de uma alta velocidade de obturação (a partir de 1/500 avos de segundo) para que não saiam mal, enquanto objectos parados pode-se usar velocidades mais lentas. Muitas câmeras compactas não possuem um obturador mecânico, sendo que a velocidade de captura é simulada pela activação do sensor. Algumas DSLR possuem um obturador híbrido, onde a velocidade de captura e conseguida através do accionamento mecânico e do sensor, conseguindo assim um menor desgaste do obturador e um consequente aumento da sua vida útil.

Compensação de Exposição

Embora nem todas as câmeras compactas possuam um modo manual, quase todas elas possuem o recurso de Compensação de Exposição
Este recurso existe para que o fotógrafo minimize situações onde o fotômetro interno da câmera possa a vir a enganar-se. Se o objecto fotografado ficar muito escuro na imagem, coloca-se a compensação de exposição em +1 e a câmera vai deixar entrar um pouco mais de luz para realizar a foto. O contrário também é possível sendo que nas fotos muito claras é necessário regular a compensação para -1.

Mas como é que isto tudo funciona?

Vamos imaginar que estamos em uma peça de teatro. Esta é uma situação complicada, pouca luz e é proibido usar o flash. Nesta situação temos que usar uma velocidade de obturador onde as pessoas em movimento não fiquem destrocidas. Aumentando a velocidade de obturação consequentemente uma quantidade de luz menor vai entrar pela lente. Nesse caso é necessário abrir mais o diafragma. Mas, quanto mais o diafragma é aberto, menor vai ser a profundidade de campo. Nesse caso o ISO é elevado (1600 ou 3200) para que possamos ter um diafragma em uma abertura média (f/3,5) e um obturador em velocidade necessária para capturar os movimentos (1/90). Se a câmera estivesse no automático estas regulagens seriam diferentes e as fotos não seriam satisfatórias.

No fim de tudo é regulado para que uma mesma quantidade de luz passe pela lente, dependendo da situação temos que ter uma prioridade nas regulagens. Cabe ao fotógrafo e não a câmera decidir que velocidade, abertura e ISO utilizar.

Curiosidades


- As lentes mais claras, com diafragma f/2,8 costumam ser as mais caras, justamente por permitir fotografias em ambientes mais escuros, utilizando ISOs mais baixos;


- Geralmente as lentes de menor qualidade são mais nítidas no centro do que nas bordas. Ao usar um diafragma em f/16 é possível aproveitar só a área central da lente, o que aumenta a nitidez da mesma.


- As câmeras mais modernas (e consequentemente mais caras) estão a melhor  muito a qualidade das imagens em ISOs mais altos.


- A pouca profundidade de campo pode ser usada de modo muito criativo, principalmente em retratos, dando uma qualidade especial no desfoque no fundo do objeto fotografado.

http://outreach.atnf.csiro.au/education/senior/astrophysics/photometry_links.html

Abraços



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